Nosso boletim está liberado para consulta. Dentre vários assuntos, como monitoramento de projetos de lei e ações do Executivo, destacamos a audiência pública realizada pelo deputado Valdir Barranco (PT), que debateu a situação de conflitos e violência no campo. O coordenador do Programa de Proteção de Defensores e Defensoras dos Direitos Humanos de Mato Grosso, Edson Mendes, informou que 15 pessoas são acompanhadas atualmente pelo programa.
Na abertura da audiência, o deputado Valdir Barranco destacou que entre 2019 e 2022, MT registrou 53 casos de violências e dez mortes. “A crueldade desses crimes, que incluem as mortes de defensores dos direitos humanos e ambientalistas em razão de sua militância, ocorre pela omissão do estado em não demarcar e regularizar terras, pela não-fiscalização, não-punição, não-investigação. Fatos que vivenciamos no governo anterior e que o atual governo vem enfrentando”.
Participaram também da audiência, a presidente da Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso, Eliane Xunakalo e a liderança Zilma Porfírio, do Acampamento Nova Conquista, em União do Sul. Esta, protagonizou um dos momentos mais emocionantes, quando apontou uma lista com nove nomes de lideranças que foram assassinadas: Maria Lúcia, Cleirton Alves, Eliane, Ivanir, Igor, Valmorindo (irmão de Zilma), Daniel, Manoel, Estefânia.
O deputado Lúdio Cabral a sucedeu, pedindo desculpas. “As instâncias do Estado não poderiam deixar acontecer o que você relatou aqui. Essa lista de vidas perdidas na luta pelo mais básico direito que é o direito à terra, para viver, se alimentar. Alguns vendem a ideia de que MT é um estado da prosperidade, mas ao contrário, é um estado de muita injustiça e a própria riqueza que exaltam é o retrato mais evidente dessa injustiça, porque ela fica na mão de poucos”.
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