Neste mês a campanha eleitoral atinge seu ápice. Candidatos multiplicam propostas e intensificam a interação com os eleitores. Durante essa temporada efervescente, o Observatório Socioambiental de Mato Grosso (Observa-MT) coloca, nas ruas e nas redes sociais, uma campanha junto à sociedade, sugerindo um olhar mais apurado às proposições de candidatos, além de uma checagem atenta das ações do mandato de quem busca a reeleição.
Com forte atuação na defesa das pautas socioambientais e monitoramento das ações do Legislativo estadual, da bancada mato-grossense no Congresso Nacional e Executivos estadual e federal, o Observa-MT quer estimular o voto consciente. Para fazer uma boa escolha é preciso levar em consideração o melhor para a coletividade. Defende ainda que os melhores candidatos consideram em suas ações a preservação ambiental e proteção aos guardiões das florestas e rios, os povos tradicionais e indígenas.
A rede composta por organizações socioambientais alerta que este é um momento crucial para a humanidade e Mato Grosso tem muito a avançar rumo ao desenvolvimento sustentável. Mas, na contramão, muitos projetos de lei flexibilizam leis ambientais e abrem caminho para a devastação, como o projeto que permite pecuária extensiva em áreas protegidas no Pantanal, extinção de unidades de conservação, mineração em área de Reserva Legal ou retirada de Mato Grosso da Amazônia Legal.
O Observa-MT defende o “agora” da população mato-grossense e, também, o futuro das próximas gerações, afinal, muitas decisões políticas tomadas ao longo de quatro anos impactam não só a curto e a médio prazo, como reverberam por anos.
Equilíbrio ambiental
Segundo a consultora Jurídica e de Articulação do Observa-MT, Edilene Amaral, a campanha convoca o eleitorado a olhar para candidaturas que considerem a necessidade do equilíbrio ambiental.
“Além de monitorar as políticas públicas para o meio ambiente, o Observa-MT foca na interlocução com a sociedade, alertando sobre retrocessos, celebrando boas iniciativas e engajando a sociedade na discussão. Defendemos uma atuação política que seja sensível às causas ambientais e à produção sustentável, ecologicamente responsável. É possível que o desenvolvimento econômico seja crescente ao tempo em que harmoniza com a natureza. Isso não quer dizer que o Estado vai perder receita”, explica.
Ela destaca que o crescimento econômico desenfreado, sem levar em conta impactos ambientais – que também refletem na vida da população – pode trazer, inclusive, prejuízos econômicos. “O modelo de produção e exploração desmedida causam desequilíbrio ambiental e um descontrole social muito grave. Se nossa única via for um modelo de desenvolvimento econômico baseado na monocultura e concentração de grandes porções de terra e riqueza, fatalmente haverá desigualdade social”, diz Edilene.
Então, é preciso equalizar. “Mantendo a legislação e as garantias constitucionais que são importantes para a democracia e preservação ambiental, numa relação de responsabilidade não só com nossas vidas, mas também com a das futuras gerações. É preciso pensar: ‘por que estou votando nesse candidato? Ele de fato se interessa pela coletividade, ou direciona sua preocupação a apenas um único setor?.”
É por isso que convoca a campanha: “observa a/o candidata/o em quem você vai votar”.
O Observa-MT é formado por uma rede de organizações composta pelo Instituto Centro de Vida (ICV), Federação dos Povos Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), Operação Amazônia Nativa (Opan) e Uma Gota no Oceano e tem ainda o apoio do Fórum Mato-Grossense do Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad-MT). A rede defende que a pauta socioambiental deve estar na ordem do dia, seja no âmbito municipal, estadual ou federal.
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