Ambientalistas, povos tradicionais e militantes de movimentos sociais reunidos no Egito e no Brasil denunciam ao mundo os graves crimes cometidos contra a maior área alagada do planeta, compartilhada por Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina. O bioma já perdeu 74% de sua superfície de água desde 1985 e corre risco de desaparecer ainda neste século.
Reunidos em Cáceres (MT), os ativistas pedem apoio dos participantes da #COP27, especialmente denunciando os ataques do governador Mauro Mendes contra o Pantanal. Ações também foram realizadas na COP27.
Em agosto, o governador do Mato Grosso Mauro Mendes – que está presente na COP – sancionou a Lei 11.861/2022, que permite a pecuária extensiva em áreas de proteção permanente e a implantação do cultivo de pastagem em até 40% da área de propriedades na planície inundável. Essa lei criminosa já está sendo contestada por ser inconstitucional, mas é necessário denunciar mundialmente os ataques feitos por Mauro Mendes e pelo agronegócio.
Na cidade de Cáceres, no Mato Grosso, os ativistas se reuniram às margens do Rio Paraguai, principal rio da região, mandando um alerta sobre a situação do bioma; o rio atingiu o segundo menor nível em 121 anos em 2021.
No Egito, em uma ação em Sharm el-Sheikh, ativistas lembram que esse processo de destruição do bioma está chegando ao limite de uma possível não recuperação, alertando que o projeto de Mauro Mendes é claro: “O Pantanal vai virar deserto”. A ação foi realizada em Sharm el-Sheikh, cidade-sede da COP27, mesmo com toda a repressão do Egito contra ativistas.
Além da agropecuária, o Pantanal sofre ameaças como o projeto de ampliação da Hidrovia Paraguai-Paraná, a implantação de dois novos portos, assim como a construção de mais de 135 novas barragens de hidrelétricas na Bacia do Rio Paraguai. No dia em que deveria ser celebrada a beleza e a importância do Pantanal, a população brasileira pede apoio internacional contra a destruição desse patrimônio de toda a humanidade.